Histórias de minhas clientes

Mulheres da Minha Vida: Sakura (histórias das minhas clientes)

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Nossa história de hoje começou lá em 2014, vamos chamar nossa protagonista de Sakura… que simboliza a lendária flor de cerejeira, que significa em sua língua nativa (japonês) excelente florescimento. Vamos chama-la assim, por acreditar que o fim do relacionamento tenha permitido ela FLORESCER SEM MEDO E RECOMEÇAR uma vida maravilhosa.

 

Fragilizada, após sair de um relacionamento de 7 anos… por motivos de traição , da parte contrária diga-se de passagem. Já não estava acreditando no amor, totalmente discrédula só queria criar seu primogênito que até essa época permaneceria “único de mãe solteira”, em 2014 com 15 anos. Já não era uma “mãe nova”, já tinha passado por todas as dificuldades de manter um filho sozinha e não queria mais reiniciar essa batalha.

 

Ficou quase que reclusa socialmente, após o dramático relacionamento. Até que depois de muito insistir de suas amigas, decidiu ir à uma extinta balada que tinha em Caçapava. A balada foi boa, e um conhecido falou que a incluiria no grupo de whats app do local para que ela pudesse voltar outras vezes.

 

(se ela soubesse, voltava nesse dia e nem sairia de casa) E assim foi feito, logo um nominho a chamou atenção. E foram conversar no privado, parecia um príncipe, todo preocupado e atencioso. Aquele clichê…

 

Acabaram marcando de se conhecer melhor, esse melhor tornou-se um pedido de namoro logo no primeiro dia. Em um tempo de relacionamentos líquidos, um pedido desse acaba abaixando a guarda de qualquer uma. Até nas mais céticas em relação a sentimento, quem é mãe solteira sabe o quanto temos dificuldade para nos relacionar por uma série de fatores…seja por receio, seja por traumas passados, seja por segurança aos filhos. Uma coisa é certa, relacionamento passa a ser algo extremamente complexo.

 

Com um mês ele já estava morando com ela… aqui sou obrigada a fazer um parênteses pois se nunca tivesse acontecido comigo, eu julgaria. Mas esse “morar juntos” em algumas vezes acontece sem ao menos perceber, um dormir, vira algumas peças de roupas, um final de semana se estende até a segunda e depois começa na quinta e quando você vê a escova de dente já está no seu banheiro. Acreditem  não é algo que eu desejo pra ninguém, e quando estamos dentro da situação é algo muito delicado… HOJE… provavelmente na primeira peça “esquecida” em casa eu já iria criar um caso imenso, mas quando você nunca passou por isso… essa “necessidade” de estar junto parece tão romântico. Não vemos que é doentio.

 

E logo depois iniciaram os abusos psicológicos e emocionais, os abusadores sabem muito bem como dominar a situação. Primeiro ganham espaço, depois a confiança e o próximo passo é utilizar justamente a confiança para machucar e ir acabando com a auto estima da pessoa. Exemplo, nas primeiras vezes (essas “primeiras” varia de pessoa pra pessoa… algumas se entregam mais rápido outras podem demorar meses) a vítima conta que se acha gorda e feia, e que teve problemas em casa com os pais.  O abusador, é um ouvinte maravilhoso…nesse momento, saberá escutar os mínimos detalhes pois serão esses detalhes que ele usará em sua ardil forma de atingir.    Na primeira discussão ele irá te chamar de: gorda e feia… e provavelmente vai dar um jeito de linkar o problema com os pais com seu problema atual. E se você não tiver problema algum, ele começará a te convencer que tem.

 

E assim foi… além dele convencê-la de todos os problemas possíveis e imagináveis ele não satisfeito passou a criar problemas para ela. Ciúmes de tudo e de todos, ciúmes do chefe. Outro adendo aqui, criar uma dependência financeira da vítima é uma das formas preferidas de controle que eles têm. Então convencer que a mulher “não precisa” trabalhar é algo que eles tentam arduamente, podendo ser por bem ou por mal, por bem seria aqueles que prometem mundos e fundos, que vai conseguir dar do bom e do melhor e pra quê com tudo isso alguém iria querer trabalhar? Que pode ficar em casa, cuidando dos filhos com mais atenção. Por mal é na base da chantagem emocional, que se ela realmente gostar dele não iria fazer isso, cria ciúmes das situações mais rotineiras imagináveis. Cada passo uma crise e a vitima passa a medir cada um de seus passos para diminuir as crises que em contrapartida aumentam na velocidade da luz.

 

Em uma dessas maneiras de tentar blindar-se das investidas ciumentas do “Tempo Fechado” (vamos chamar ele assim), ela inclusive colocou ele pra trabalhar junto com ela. Afinal, ela já estava nessa empresa há um bom tempo.

 

E assim foram levando aos trancos e barrancos… até que em uma falha, de 1 dia do anticoncepcional. O positivo veio, trazendo consigo o desespero pois ela se via no olho do furacão com tudo desmoronando, presa em uma pessoa completamente instável e de um dia pro outro, recebia a notícia que para sempre estaria ligada com seu algoz. O que antes parecia simples de resolver; um término. Passava a ser algo complexo e desesperador, por vários motivos. Primeiro que ele já tinha filhos com outras mulheres e não dava o menor respaldo pra nenhuma delas. Segundo que ela já sabia como era uma maternidade solo. Ela simplesmente sentia o peso do mundo nas costas.

 

E assim foi, enquanto a barriga crescia…crescia também a distância daquele cavalheiro que ela havia conhecido. Cresciam as brigas, desavenças, desentendimentos. Crescia tudo, desespero, tormento, incerteza.

 

E nessa loucura, deu a luz a uma menina. Na esperança que pudesse ser um recomeço pra ambos, afinal a esperança sempre está presente nos relacionamentos abusivos, infelizmente num caso de amor nada reciproco com o abusador.

 

Do hospital direto pra casa da mãe, como se não estar na sua própria casa fosse uma maneira de fugir da realidade desesperadora que ela se encontrava. Fez do colo da mãe um refúgio, do puerpério um lugar só dela e de sua filha, que era a esperança alimentada enquanto a bebê amamentava. Mas essa esperança foi estraçalhada no dia que ela teve que voltar pra casa, quando o Tempo Fechado foi busca-la. As lágrimas saltavam de seus olhos, conforme a esperança esvaia do seu ser… E esse choro foi motivo da primeira briga do casal, para dar a ela a certeza que NADA HAVIA MUDADO. Alías havia sim…agora não era somente ela e o filho, tinha mais um bebê que exigia atenção.

 

Tempo Fechado passou a ser uma pessoa irritadiça constantemente, ameaçando bater em um bebê com menos de 4 meses. Não aguentava choros, se irritava com a rotina e assim tinha a desculpa perfeita para ir passar as noites fora de casa. Segundo ele na casa da “irmã”  somente para não ter que aguentar aquela “demônia chorona”, esse era o apelido “carinhoso” o qual ele apelidou a filha com apenas 2 meses.

 

À vida aos poucos ia entrando no eixo, não se sabia ao certo que eixo… talvez uma tênue linha entre o caos e o inferno, mas era um caminho que Sakura tentava seguir. Afinal ela só podia seguir em frente, mesmo que esse em frente fosse um breu que ela não soubesse onde daria. Tempo Fechado, mal aparecia em casa… sumia do trabalho, dormia fora. Até que um dia Sakura acha uma blusa feminina dentro do carro dele e ao questioná-lo, diz que é da irmã… dessa vez ela resolveu confirmar, ligou pra cunhada que muito justa disse a verdade: A BLUSA NÃO É MINHA E ELE ESTÁ SAINDO COM UMA MULHER DO SERVIÇO DELE.

 

Terminaram, entre vários términos que já havia acontecido e sempre acabava tendo a volta. Mas dessa vez seria para sempre… traição escancarada, além do inferno que ele já tornara toda sua vida. Ela não admitiria mais essa apunhalada.

 

Mas aí que a verdadeira batalha começou, agora o algoz não mais precisava fantasiar-se de cordeiro agora ele poderia ser o mais cruel sem ter que disfarçar-se, havia encontrado ainda alguém tão ardil e má quanto ele. E juntos parecia que a missão era tornar a vida de Sakura um inferno.

 

Travou-se uma batalha judicial, com polícia e denúncias falsas. Com  processos lotado de mentiras, buscando mil direitos sem o cumprimento de nenhum dever. Mas a verdade é sempre evidenciada, principalmente quando trata-se de alguém desequilibradamente má… a protetiva em favor de Sakura foi concedida, bem como as visitas assistidas para sua filha. Essas visitas eram verdadeiros shows de horror, onde o Tempo Fechado utilizava para humilhá-la… confesso que algo muito mais assessorado vez que com protetiva a visita assistida, teria que ser assistida por outrem, mas em um sistema falho fica fácil entender nossas estatísticas gritantes. E assim foi até Fevereiro de 2019, quando a amante que nessa época já atual… utilizava-se as visitas para humilhar e amendontrar a menor, que inclusive o próprio Tempo Fechado consentiu que era algo doentio para uma criança viver.

 

Desde então, virou uma sombra no passado… ainda uma mensagem impertinente no whatsapp que esconde-se atrás de sua história de vítima incompreendida, enquanto não dá nenhum real de pensão e esconde-se do oficial de justiça para não ir para prisão. Sem visitar a filha, sem colaborar com absolutamente nada. Mas cada vez com menos poder sobre a vida de Sakura, que deu a volta por cima. Cria seus filhos sozinha, tornou-se uma mulher forte, ciente que não precisa de um homem para ser família para seus filhos que tirou a força que seu bicho papão tinha.

 

COMO A CONHECI: Ela chegou a mim pela internet.

 

PROCESSUALMENTE: Entramos com execução pelo rito de prisão e uma pelo rito expropriatório, o oficial de justiça já foi mais de 3 vezes (três mandados) e ele sempre cria alguma história e não se dá por citado. Ele manda mensagens rindo e ridicularizando ela, a justiça e até eu… falando que nunca será “pego”. Já juntamos no processo, aguardamos que a justiça seja feita.

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