Histórias de minhas clientes

Mulheres da Minha Vida: Paixão (histórias das minhas clientes)

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VAMOS ENTÃO PRA NOSSA SEGUNDA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO, PRA QUEM É A PRIMEIRA VEZ POR AQUI; TODA SEXTA CONTO UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO DE UMA DE MINHAS CLIENTES. O INTUITO É DEMONSTRAR QUE SE ELAS CONSEGUIRAM , VOCÊ CONSEGUE. ELAS TÊM O NOME TROCADO POR NOME DE FLORES, PARA TEREM A INTIMIDADE PRESERVADA. (todos os casos aqui relatados são reais )

 

Nossa flor de hoje é a Flor de Maracujá, também conhecida como Flor da Paixão por simbolizar a paixão de Cristo com todo o calvário que ele enfrentou… e escolhi ela justamente por nossa inspiração de hoje, ser uma verdadeira mártir.

 

Então chamarei ela de Paixão… Paixão sempre fora muito cheia de vida, contente, de sorriso fácil. Não aparenta de forma alguma a idade que tem, com um corpo de causar inveja a qualquer novinha não parece ter abrigado dois seres e enfrentado tanto sofrimento.

 

Continua tendo sorriso fácil, mas muitas vezes para esconder o que passa na sua mente. Que infelizmente foi incrivelmente afetada pelos anos de abuso psicológico e emocional.

 

Conheceu ele em uma extinta “discoteca”, a menina cheia de vida e o menino tímido. Poderia dar um clichê de sessão da tarde, se não fosse um documentário de terror. Ela tinha 16 anos, ele 18. Ela parecia ser a menina problema, pois já queria tomar conhaque enquanto ele se mantinha no suco de laranja. O genro que toda mãe pediu a Deus, o namorado que muitas desejam.

 

Ah mas tudo que ele fazia era por amor, quem ama cuida. Quem ama respeita os limites, afinal mulher tem que ser “direita” ainda mais se você quer ter uma família tradicional. A saia trocada por calça, os cabelos coloridos pelo natural, o batom saiu da boca, o tom feliz trocado por um mais sério, as amizades também devem ser revistas e de repente ela era uma prisioneira de grades invisíveis. Sem amigos, sem vontade própria, apenas sucumbindo as vontades do mentiroso patológico.

 

Que tudo tinha uma explicação e um porquê, mas ele mesmo não vivia suas regras. Enquanto ela era a mãe ideal, esposa perfeita, ele precisava de mais, ele queria sentir-se vivo. Ahhh mas homem só procura fora o que não tem em casa, ela estava dedicada demais ao filho e deixava faltar cuidados ao marido. Era isso que ele fazia ela acreditar, antes com um marido para ter um pai para seu filho do que uma “desquitada” sem eira nem beira. Que homem vai querer uma mulher “largada”?

 

Dez anos aguentando esse martírio, veio o segundo filho. Afinal filhos são bençãos e normalmente os abusadores adoram “recomeços marcantes”; briga enorme; um noivado, quase término; um casamento, surra na mulher; um filho. Faz parte do quadro, eles trabalham por associação, como se esses marcos pudessem resetar tudo que eles fizeram até ali, como se fosse uma forma de recomeço mas nada mais é um jeito deles demonstrarem mais uma vez seu poder, amarrarem as vítimas ainda mais em si, fazendo elas cada vez mais dependentes.

 

A essa altura Paixão já se desdobrava em mil, entre dois filhos e bicos para manter tudo uma vez que o salário dele nunca chegara em casa. Sempre se perdia em festas e mulheres, sempre escorria dentre os dedos enquanto ela acreditava que seria só uma fase ruim.

 

Um desse dias, sozinha com as crianças decidiu olhar as redes sociais dele… que estavam abertas no notebook e lá estava, um nome fictício dele mas com as fotos reais do casal, escrito: QUEM TOPA UMA TROCA DE CASAIS HOJE? NA MAIOR CASA DE SWING DE SP…

 

Aquela frase foi como um machado que serra o último respiro de vida, o último fio que aquele casamento era mantido. Agora não tinha como ele contar mentiras e fazer ela sentir-se louca, estava ali, escancarado em sua frente. Finalmente a coragem veio junto com a raiva e ali naquele momento Paixão, conseguiu colocar um basta nessa doença que camuflava-se de casamento.

 

O Don Juan, já constituiu nova família. E a esposa atual dele ainda consegue ter raiva de Paixão, falando que ela é uma “interesseira” pois mulher de verdade cria filhos sozinha sem precisar de marido. Ela me desperta pena, pois consegue ser porta voz de um patriarcado que não a defende e defende um algoz que somente a fará de próxima.

 

O que foi deixado pra trás desses anos difíceis? O primeiro filho de Paixão é dependente químico, uma preocupação constante para ela. Claro, que não podemos responsabilizar outrem se não o usuário mas devido ao histórico a adicção seria imensamente conveniente para fugir de um lar completamente tóxico que tirou a paz de sua mãe por anos.

 

Hoje o Don Juan mora em outra cidade, Paixão passou por severa depressão ainda sendo dependente de remédios para manter-se forte e conseguir dar suporte para seus filhos. A qual o pai não aceita e a culpa. Enquanto o filho mais novo, que recebe migalhas de afeto de um pai que mora há quilômetros.

COMO A CONHECI: Ela chegou a mim pela internet, eu ainda nem tinha local fixo para trabalhar. Atendi ela em um café, quando entrei com a primeira execução da pensão

 

PROCESSUALMENTE: Entramos com execução (pedido de prisão) a cada 6 meses, o Don Juan fala que quer ver quem cansa primeiro. Ela ou ele, pois ele só paga pensão quando sai o mandado de prisão.

 

Em nosso último processo, ele depositou em juízo somente para atrasar ainda mais a retirada. Ele continua sendo ardil e manipulador. Mas ela se fortaleceu e continua batalhando bravamente pelos direitos de seus filhos.

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